Quando começamos o curso de Direito, sonhamos com o dia que pegaremos a vermelhinha (carteira da Ordem) e, enfim, seremos felizes para sempre exercendo uma profissão respeitada e bem remunerada: a profissão advogada! Só que na vida real a coisa não funciona bem assim! O exercício da advocacia apresenta vários percalços que nem mesmo os piores pesadelos durante a faculdade poderiam antecipar.  

Também não é para menos! Num mercado que está quase em colapso, que tem nada mais nada menos que 1 milhão e 200 mil advogados inscritos e que teve só no ano passado a autorização de abertura de mais de 260 faculdades de Direito, os desafios por trás do glamour  da advocacia – uma das profissões mais desejadas – reproduzem salários achatados, honorários prostituídos pelo excesso de competição, poucos clientes e oportunidades de empregos e até poucas vagas de concursos.

Nesse contexto fica realmente difícil imaginar como construir uma carreira promissora com o faturamento que você deseja sem ter que se matar de trabalhar e abrir mão do tempo para viver sua vida, cuidar das outras coisas que são importantes para você e ainda estar  com as pessoas que você ama. Ou seja, ter uma remuneração condizente com a qualidade técnica do trabalho desenvolvido e uma cartela de clientes que traga segurança pode demorar anos e anos, além  de levar embora sua saúde mental, física e emocional.

O que não te contaram na faculdade

Como regra geral, todos nós estudantes de direito nos esmeramos em estudar os conteúdos das distintas e inúmeras disciplinas do curso de direito, dominar o conhecimento de determinada doutrina, consultas jurisprudenciais, compreender os labirintos legislativos a fim de aplicar as melhores técnicas e estratégias no exercício da advocacia e na consecução da justiça.

O que não te contaram na faculdade é que todo esse extenso e complexo conteúdo que ensinam na faculdade está muito longe de ser o mínimo necessário para se tornar uma advogada de alta performance, uma profissional reconhecida e bem sucedida.

Pois bem, passamos 5 anos sentadas na cadeira da faculdade e não aprendemos uma única linha sobre empreendedorismo e, sim, exercer a advocacia é exercer o empreendedorismo. Então, saímos da faculdade sem entender bulhufas de planejamento, não estruturamos metas financeiras, metas de clientes, não concretizamos um planejamento estratégico para propiciar o crescimento do escritório ou mesmo o direcionamento da nossa carreira atuando com advogada contratada, não investimos num bom planejamento de marketing jurídico legal para gerar autoridade e reconhecimento, e não aprendemos a gerar uma cartela de potenciais bons clientes.

 Além disso,  também não fomos preparadas para lidar com o aspecto emocional intrinsecamente envolvido com o exercício da advocacia. Nós, não só temos que lidar com toda a mazela emocional da sociedade que, em última análise, origina os conflitos com os quais trabalhamos, como também temos que lidar com o nosso próprio fator emocional diante do estresse, da pressão dos prazos e do cliente, da concorrência muitas vezes desleal, de equilibrar os vários papéis que temos na vida pessoal e profissional. Ufa!  Sobre esse tema, escrevi um artigo recentemente Admita essa verdade antes que seja tarde demais:  a advocacia está doente e vive à base de psicotrópicos,  mostrando os perigos de não atentarmos para a importância da gestão emocional no exercício da advocacia.

Enquanto isso, a advogada vai sofrendo os efeitos dessa montanha russa que é o exercício da advocacia: dificuldade de captar clientes, dificuldade de gerenciar o próprio escritório, dificuldade de gerar renda recorrente para evitar os constantes aperreios financeiros que assombram a segurança da profissão; dificuldade de gerenciar o fator emocional envolvido, dificuldade gerenciar o tempo para ser mais produtiva.   E mesmo aquela advogada que já superou esse desafio, pode se ver atolada depois com as consequências de ter desequilibrado a balança da vida priorizando o profissional em detrimento do pessoal.

É nesse ponto que temos profissionais altamente capacitadas vivendo aquém do seu potencial. Sofrendo para pagar as contas no final do mês e ansiosas pelo que acontecerá no futuro. Não falta conhecimento técnico jurídico, falta desenvolver as competências empreendedoras e as competências emocionais.

O Empreendedorismo como diferencial da Advogada de Alta Performance

advogada

Quando eu terminei a faculdade de Direito, então servidora pública do Poder Judiciário do Estado de Goiás, saí com a ideia fixa de que faria concurso público, algo na carreira de procuradora, reflexo de uma família de servidores que viam na segurança do concurso público a melhor alternativa para o futuro de qualquer pessoa.

E eu até investi tempo nisso, mas não o suficiente para aprovação e muito menos com a dedicação e compromisso que me exigia. Hoje eu entendo que não me comprometi porque de fato não era o que fazia meu coração pulsar diferente, mas, quando eu me dei conta disso veio a dúvida: e agora, o que fazer?

Então eu tomei o caminho da grande maioria, me “aventurei” em montar um escritório com outros sócios sem o menor conhecimento da visão empreendedora necessária por trás de qualquer negócio bem sucedido, eu não fazia ideia do que seria uma advocacia empreendedora. Nem preciso dizer que não funcionou, né? A falta de um direcionamento de carreira e de conhecimento “técnico” sobre a empreendedorismo tornou-se um desafio quase intransponível, porque além disso, faltava também maturidade emocional para lidar com todo os percalços advindos desse despreparo.

Nesse mar de advogados e faculdades de Direito percebi como essencial fazer algo para se diferenciar. O mercado não tem capacidade para absorver tantos profissionais e fazer o que você sempre ou o que a maioria dos advogados faz não te coloca nem um pouco perto de ser uma advogada de alta performance, de ter um faturamento condizente com o seu potencial e muito menos viver isso com  qualidade de vida e tempo para as pessoas que você ama.  

Foi então que eu fui buscar em outras áreas de conhecimento, o desenvolvimento das habilidades pessoais e profissionais que me faltavam. Uma das habilidades mais desafiadoras e sem sombra de dúvida, das mais importantes,  foi a visão empreendedora. Eu busquei no Empretec, um seminário de empreendedorismo tutelado pela ONU e realizado em mais de 20 países ao redor do mundo, a orientação adequada para começar, logo em seguida eu participei também de um curso ofertado pela OAB/DF com o tema Gestão e Planejamento Estratégico de escritórios de advocacia e aí, sim, com esses dois conteúdos poderosos eu entendi o caminho das pedras. 

Eu entendi também um dos principais erros cometidos pelas advogadas e a lacuna nos ensinos jurídicos que não prepara essa profissional para os desafios por trás do glamour da profissão. A mulher advogada, estudiosa que é, simplesmente não trabalha com essa visão empreendedora porque desconhece a necessidade disso até ser confrontada pelo mercado. Como eu disse antes, saímos da faculdade sem entender bulhufas de planejamento estratégico, não traçamos metas e objetivos, nem mesmo estruturamos de maneira inteligente o direcionamento da carreira.

Ser clínico geral hoje em dia não te ajuda ter sucesso mais rápido, nem mesmo ter uma boa e fiel cartela de clientes. É o direcionamento da carreira como fruto de uma visão empreendedora que te coloca nessa esteira de realização. 

Trabalhar com um plano de carreira que direcione os seus passos e determine o caminho para realizar as metas profissionais e financeiras que você traçar, é elemento essencial para ser aquela profissional de alta performance que você gostaria de ser.

Assim, uma visão estratégica da sua carreira e da advocacia como um  negócio é o grande diferencial para quem busca a alta performance profissional.

O mercado disputa a peso de ouro os profissionais que desenvolveram a visão empreendedora

Um  empreendedor que vê o que ninguém vê, aquele que realiza antes, que sai da área do sonho e parte para a ação. Muitas vezes ele é chamado de louco, mas quando alcança os resultados que busca é considerado um gênio.

O empreendedor na verdade é um realizador, movido pela visão, o desejo de assumir responsabilidades e de  ser independente. Na advocacia, a visão empreendedora desponta nos profissionais que pensam e agem de maneira estratégica, para tanto, se valendo de um plano de carreira e da construção de uma marca pessoal forte que lhe garante o seu próprio diferencial competitivo. 

Por óbvio que a visão empreendedora na advocacia também serve ao desenvolvimento da produtividade e da alta performance. O empreendedorismo surge como um diferencial de profissionais que também despontam como profissionais de alto desempenho.

Faz sentido, com  um planejamento estratégico de carreira você não só aumenta sua produtividade, como reduz o tempo para alcançar os resultados almejados e ainda com qualidade de vida. Você faz a carreira crescer enquanto cuida das áreas da vida que são importantes para você.

É aqui, com a visão empreendedora e um planejamento estratégico da sua carreira que você se destaca, é valorizada e avança profissionalmente gerando reconhecimento e autoridade. Ao se tornar uma advogada empreendedora você toma para si uma fatia do mercado que está ávida por alguém que gere resultados de valor e aí sim, você alcança um patamar profissional que te fará bem-sucedida também em todas as áreas da sua vida.

De maneira bem concisa, podemos compreender a visão empreendedora da advogada de alta performance fundamentada em 4 pilares:

  1. Consolida sua especialidade e se posiciona corretamente no mercado.

O posicionamento é uma ação comunicativa, que visa influenciar a forma como o mercado te enxerga.

  1. Constrói e fortalece sua marca profissional.

A sua marca profissional é a forma que o mercado percebe você, se lembra de você e te dá valor. É fator fundamental para conseguir atrair os clientes certos (aqueles que vão te trazer o maior faturamento).

  1. Desenvolve um plano de carreira estratégico e objetivo

Desenvolvendo um plano de carreira, além de delimitar mercado que deseja atuar e auxiliar no posicionamento estratégico, .vai estabelecer metas e objetivos neurologicamente corretos em relação à carreira de acordo com o direcionamento que você deu a partir da consolidação da especialidade. 

  1. Utiliza o marketing jurídico

O comportamento do cliente de serviços jurídicos mudou muito, principalmente por conta do fácil acesso a informações jurídicas na Internet.

Então é preciso investir em marketing proativo e atrair novos clientes no mundo digital se posicionando através do marketing jurídico de conteúdo, que além de tudo é uma alternativa eficiente, baixo custo, muito eficiente para encontrar novos clientes e oportunidades.

E você pode fazer isso sem ferir o código de  ética, simplesmente usando seus maiores ativos: nome + conhecimento + tempo.

O meu desafio para você é que invista em conteúdos que trabalhem o empreendedorismo. Todo empreendedor é um protagonista, então seja também uma advogada protagonista. Se você pode trabalhar de maneira inteligente e estratégica, como causa no assunto da sua vida profissional, conseguirá rapidamente ser percebida como referência, conquistando credibilidade  e reconhecimento.

Agora, pra fechar com chave de ouro esse artigo, eu vou deixar uma atividade que a advogada de alta performance realiza para desenvolver a visão empreendedora na advocacia.

Então, mãos à obra!

Atividade de alta performance:

O que você conhece sobre o seu mercado, das oportunidades e tendências que ele apresenta.

  1.   Que problema você resolve como advogada?
  2.   Porque os seus clientes escolhem você?
  3.   Existe uma área de especialização?
  4.   Qual o tamanho do seu mercado?
  5.   Quem são os principais profissionais de sucesso nessa área?
  6.   Quanto movimenta esse mercado?
  7.   Quais as tendências do seu mercado?
  8.   Quais as oportunidades que esse nicho/mercado oferece?
  9.   O que não está sendo feito?
  10.     O que eu faço muito bem?
  11.     Qual é a minha paixão?
  12.     O que está faltando no mundo que eu posso oferecer?
  13.     Como conciliar minha paixão,  minhas habilidades e as possibilidades do mercado?

Curtiu esse artigo? Eu vou amar saber se fez diferença para você!  Então deixa aí nos comentários qual foi o insight que você teve e aproveita para marcar uma amiga advogada que vai ser protagonista assim como você!

 

Com carinho!

Kelly Coimbra

 

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