Vamos começar esse artigo com um pequeno convite à reflexão: 

Será que você está usando o seu tempo de maneira sábia? Passando com as pessoas que ama? Está estudando e aprendendo, direcionando sua atenção para fora da zona de conforto, para coisas que te ajudam a crescer em todos os seus papéis na vida?

 

 

O que é que você tem deixado de viver por medo?

 

 

 

 

Quem me conhece sabe que eu sou super fã da Gisele Bundchen. Eu acho incrível o ser humano que ela é e tudo o que ela foi capaz de construir depois de ter saído de uma infância humilde em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul e ser hoje talvez a mulher brasileira mais conhecida no mundo, respeitada e admirada por onde passa, símbolo de profissionalismo e simpatia, com uma família estruturada e vivendo a maternidade de forma lindamente amorosa.

Pois bem, no seu livro-biografia Aprendizados, ela relata a própria experiência na cerimônia de abertura das Olimpíadas Rio 2016, em que ela teve encarar sozinha a maior passarela da sua vida, com mais de 100 metros no campo do Maracanã e diante do maior público que já presenciou: 60 mil pessoas presentes e mais de 3 bilhões assistindo pela TV ao redor do mundo.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, Gisele reparou que os  comentários nas mídias sociais eram muito negativos, falavam mal das Olimpíadas e que não seria um evento bem sucedido, que o Brasil não estava preparado para isso, que seria uma vergonha para o povo brasileiro, entre vários outros comentários igualmente depreciativos.

Ficou apreensiva, claro! Mas ela sabia que sempre que sentia medo de ir além, aí é que precisava ter coragem.  

Ela dizia que se  você não está disposta a ousar e tentar algo novo, você se fecha para as oportunidades que poderão resultar daquilo. E os maiores sucessos que ela teve na vida vieram todos quando ela rompeu a zona de conforto e ousou fazer algo diferente, ainda que naquele momento ela estivesse com medo do que viria pela frente.

Então, ela pediu proteção, força e coragem, pediu para ser uma canalizadora da mensagem de luz e amor naquele momento e nem precisaria dizer, né?  Foi incrível, emocionante, um momento único do Brasil para o mundo e se você não assistiu, pode se emocionar também nesse link:

http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/08/sem-assalto-gisele-bundchen-desfila-na-cerimonia-de-abertura.html

Ela termina o relato dessa experiência dizendo que gosta de abraçar cada oportunidade que vida dá a ela. Que gosta de se desafiar, de experimentar coisas novas pq nunca sabemos quanto tempo nos resta. Que sabendo que o tempo é o nosso bem mais preciso,   ela não quer desperdiçar um segundo sequer, pois temos um número limitado de horas, dias e anos para viver a magia da vida, o reconhecimento no trabalho e a alegria da família. 

 

 

Levando uma vida mais ou menos…

 

 

 

Boa parte das pessoas leva uma vida mais ou menos por medo de sair da zona de conforto.  Uma vida vivida na zona de conforto traz resultados medianos, geralmente alcançados por pessoas que se fazem ordinárias, ou seja, pensam, agem e vivem como se elas fossem os seus próprios medos ou se o medo fosse maior que elas. 

O interessante nesse ponto, é que o medo é uma condição inerente à realidade humana. É algo do qual não podemos nos livrar e, em alguma medida, ele é exatamente o que necessitamos para proteger nossa vida diante um perigo real. O grande problema é quando o medo deixa de ser um aliado, como numa situação de perigo, por exemplo, e se torna algo que nos paralisa diante da vida, dos desafios, das pessoas. 

O que poucos percebem é que a vida está se esvaindo, todos os dias.  A zona de conforto – que de conforto não tem nada – nos impede ter clareza, de viver os nossos sonhos mais desejados, de ousar viver o que parece trazer sentido à nossa existência. 

Durante a  Semana da Advogada de Alta Performance, eu abordo os principais erros que a advogada comete. Mas, mesmo sem trazer os erros nesse artigo eu posso afirmar que nenhum profissional jamais terá alta performance vivendo na zona de conforto e paralisado pelo medo.  Uma das principais características do empreendedor é a coragem de apostar e viver os seus sonhos e, se ele não sabe como fazer isso acontecer, ele vai buscar o conhecimento, as ações, as pessoas, os parceiros, as ferramentas para realizar. 

Se manter na sua “caixa” (com os mesmos pensamentos, crenças, experiências, habilidades e chances que formam a sua realidade) não vai te levar além de ter mais do mesmo. E eu sei que  essa caixa lhe serve bem, que está até confortável, ela te dá resultados previsíveis e você pode até ficar “confortável”com isso. Tipo: “ah, não era bem o que eu queria ou eu até gostaria de mais, mas tá bom, isso é melhor que nada”.

Essa resignação frente à realidade que você mesma criou, simplesmente molda toda a sua existência. Molda a profissional que você é, a mãe e a esposa/companheira que você se tornou, molda a mulher que você está sendo. 

E, se por acaso você gostaria de viver algo diferente disso que está aí acontecendo aí agora, é importante que você entender que o que te trouxe até aqui não vai te ajudar a ir para onde você quer, talvez nem para o próximo nível. 

A vida é um todo indivisível

Não é possível ter sucesso em uma área da vida se outras não estão funcionando, a vida é um todo indivisível. Com isso, eu te convido a olhar para as áreas da sua vida onde a zona de conforto está fazendo o maior estrago e se você não consegue ter muita clareza sobre isso, basta identificar quais são as áreas que não estão funcionando ou não estão funcionando como você gostaria. 

Quando estamos resignados, uma vida extraordinária  – com resultados fora do comum, do ordinário – , parece distante e inatingível. Então, decidimos não  investir energia e tempo, talvez até dinheiro na construção dessa vida porque não sabemos se vamos conseguir, não sabemos se vai dar certo depois de conseguir, não sabemos se estamos prontos para essa vida ou simplesmente temos medo de lidar com tudo que vai chegar a partir dessa vida nova.  As vezes o medo que temos é o medo do sucesso, de ter que lidar com “ser grande”. 

O processo de autossabotagem e procrastinação nesses casos é certo. Simplesmente não fazemos o que precisa ser feito, nos distraímos fazendo coisas que não nos aproximam do que gostaríamos de realizar e viver e, muitas vezes, nem mesmo agimos. Ficamos paralisados e a inércia e apatia tomam conta da nossa existência, a vida fica vazia e sem sentido.

No caso das advogadas, muitas tomam o caminho da capacitação técnica, investem em cursos e formações com conhecimento jurídico e esse é um dos, senão o maior, erro da advogada, formações que não as auxiliam a se tornar  produtivas nem mesmo uma advogada produtiva e realizadora de sonhos. E o erro não é por investir em aprimoramento técnico, mas por investir somente nisso e não expandir o leque para conteúdos e ferramentas que desenvolvem outras habilidades e, em especial, ajudam a identificar e trabalhar o medo que as mantém na zona de conforto. 

O ponto é: se os seus sonhos cabem nesse caixa-zona de conforto, tudo bem, mas se os seus sonhos são maiores do que essa caixa então você vai precisar sair dela ou talvez até criar uma caixa maior.  Embora pareça arriscado, você terá que expandir essa caixa para ter resultados diferentes, para trazer satisfação, completude e realização para sua vida.

Sair da caixa ou criar uma caixa maior pode envolver o risco de perdas. E é um fato, nós temos aversão a perdas, ninguém gosta de perder.  Em verdade, nós detestamos perder, às vezes mais do que gostamos de ganhar. É algo do tipo, ganhar R$ 100,00 é ótimo, mas perder R$ 100,00 parece muito pior do que ganhar o mesmo valor.

E isso também faz com que as pessoas se apeguem ao que tem e odeiem correr os riscos. Mas criar a vida que você quer, com resultados profissionais, financeiros e pessoais, exige um pouco de risco.

A questão aqui é se arriscar, mas correr riscos de uma maneira estruturada. Sem preparação, planejamento e ação inteligente, é uma tolice correr riscos. Por outro lado, investir somente na sua formação não é nem de longe a maior estratégia de correr riscos calculados. No mundo de hoje,  a sua formação já não é mais o diferencial, a sua formação é apenas a sua obrigação. 

O que você faz além da formação, as habilidades que você desenvolve, inclusive como você se comunica com as pessoas, é o que vai fazer a diferença é se destacar na multidão.

Agora o risco é muito menor quando você encontra estratégias e metodologia própria, específicas para o que você busca. Aí, sim, temos um risco calculado.

 

 

O ciclo vicioso da mulher advogada

 

 

 

 

 

Não é segredo para ninguém que a mulher advogada é estudiosa e dedicada. O segredo que elas não sabem e ninguém conta é que o conhecimento técnico por si só não é o suficiente para fazer com que ela abra mão da zona de conforto, tenha os resultados que merece e é capaz de alcançar, e viva a realização dos seus sonhos com qualidade de vida e tempo para as pessoas que ama. 

Então, ela vive um ciclo vicioso:

  • presa na armadilha do conhecimento técnico,
  • atuando como “clínica geral”,
  • sem planejamento estratégico sobre sua carreira,
  • priorizando a vida profissional em detrimento da vida pessoal   
  • totalmente distante das habilidades pessoais e profissionais essenciais para alcançar alta performance. 

Isso gera mais confusão, estagnação, insatisfação, estresse, problemas de saúde, resultados limitados, distanciamento das pessoas que ama… uma lista que não tem fim.

No programa Advogada de Alta Performance, trabalhamos com 3 pilares essenciais que também podem ser entendidos como estágios pelos quais a advogada deverá passar para desenvolver produtividade, alta performance e sucesso na vida pessoal e na carreira. Vou contar um pouco sobre eles agora. 

 

 

Os três pilares da Advogada de Alta Performance

 

 

 

 

1. Gestão Pessoal-Tempo

Trabalhamos com o entendimento de que não existe produtividade e alta performance com desequilíbrio entre vida pessoal e profissional. Tem uma frase do Ghandi, que além de ser quem foi, era um grande advogado que diz mais ou menos assim:  você não pode fazer uma área da vida funcionar bem se as outras estão em desequilíbrio. É aqui que entra a gestão do tempo e o planejamento inteligente da sua rotina diária de produtividade.

Ao desenvolver o seu planejamento  pessoal e profissional, você pode fazer coisas como definir o nicho que gostaria de trabalhar, em quanto tempo você vai ter filhos ou quando fará a viagem em família. Pode destinar tempo para autocuidado e ainda assim planejar a abertura seu próprio escritório, nesse meio tempo gerando as formações e ações necessárias para sua abertura e funcionamento no prazo estabelecido.

2. Gestão emocional 

Aqui a advogada entende que a produtividade está intimamente conectada com o tamanho da sua autoestima e a sua habilidade de gerenciar o fator emocional.

Nós advogados lidamos com o lixo emocional da sociedade, nas sequer aprendemos como  lidar com o nosso próprio fator emocional. Lembra que eu falei que um dos erros da advogada é investir somente no conhecimento técnico?

É aqui que esse erro apronta mais estragos.  A inteligência emocional é hoje um dos maiores diferenciais entre profissionais bem sucedidos e grandes líderes. 

Desenvolver a inteligência emocional é gerar o equilíbrio entre o hemisfério direito racional e o hemisfério direito emocional, entre razão e emoção, entre lógica e intuição. 

A ausência desse equilíbrio é o que faz os profissionais da advocacia terem 3,6 vezes mais chances de sofrer de transtorno depressivo  em comparação a outros profissionais. É o que faz você sofrer de ansiedade e estresse, que faz você conhecer ao menos uma colega advogada que sofre/sofreu de depressão, que gera  baixa produtividade e pouca qualidade de vida. 

Ao desenvolver as habilidades da inteligência emocional nós necessariamente trabalhamos pela autonomia emocional, que tem como pano de fundo o autoconhecimento, a identificação de pontos cegos e limitantes, o que apresenta como consequência saltos na área de desempenho, de coragem para abandonar a zona de conforto, de ousadia para romper limites e desafios.

3.Gestão de carreira

O método desenvolvido para a “advogada de alta performance” mostra a essa advogada que com um planejamento estratégico de carreira, ela minimiza os riscos profissionais e financeiros,  ou seja, ela corre um risco calculado e não só aumenta sua produtividade com isso, como reduz o tempo para alcançar os resultados almejados e ainda com qualidade de vida. Ela faz a carreira crescer enquanto cuida das áreas da vida que são importantes para ela. 

É aqui que você deixa de ser clínica geral para se tornar autoridade numa determinada temática/assunto ou área. Para desenvolver essa autoridade, é necessário, em muitos momentos, romper com a zona de conforto, romper com o ciclo de fazer o que estamos acostumadas a fazer e que a maioria das advogadas faz para então fazer exatamente o que precisa ser feito e não o que é nos agradável ou familiar. 

Um exemplo muito poderoso disso é quando você adota pequenas ações que farão grande diferença no seu posicionamento, como consolidar sua especialidade e compartilhar conteúdos de relevância para o seu público-alvo e que farão de você a referência naquele assunto/temática. 

Eu espero que tenha ficado claro para você como o medo e a zona de conforte te afastam de viver a vida que você pode, merece e é capaz de viver. Mas, espero também que você tenha ficado presente para a importância de olhar para sua vida de maneira estratégica e inteligente. E não só a vida profissional, como também a vida pessoal. Uma não funciona bem sem a outra e os resultados de uma impactam na outra e, claro, sair da zona de conforto em uma, necessariamente vai impactar positiva a outra. 

Na próxima semana nos vemos com mais um artigo. Até lá, se o que você viu aqui fez sentido pra você, me ajuda a compartilhar isso com mais e mais pessoas?  A corrente do bem é impagável e imparável, juntas podemos ir muito mais longe, mais rápido e sempre mais fortes. 

Até o próximo artigo. 

Com carinho, 

Kelly Coimbra 

 

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