Você (assim como eu) já passou por aquele momento em que, mesmo depois de horas sentada na cadeira, sentiu que não estava fluindo, que não tinha conseguido avançar muito? Ou, depois de um dia de trabalho, não conseguiu produzir nada direito?
Aí, quando menos percebe, você acumula as tarefas do projeto que precisava terminar, o relatório que deixou de fazer ou mesmo coisas pessoais, como trocar um produto ou passar no mercado. E tudo isso por não conseguir produzir naquele dia (ou naqueles dias) de trabalho.
E essa realidade vai se tornando comum a cada dia, o rendimento e a produtividade indo ladeira abaixo, e, junto com eles, também a saúde, a autoestima, a autoconfiança e a crença de que é capaz de realizar seus sonhos e objetivos.
Se você se identificou com o que eu disse acima, não se desespere! Neste texto, vou falar sobre porque tempo livre não é luxo e também apresentar um pouco sobre o conceito de ócio criativo e como ele pode ajudar a sua rotina. Assim, você não precisará correr contra o tempo para resolver tudo, mas usá-lo a seu favor. Vamos lá?
Tempo livre não é luxo
Quando iniciei minha trajetória de autodesenvolvimento, eu comecei a estudar sobre gestão do tempo e produtividade como meio de performar melhor, ter melhores resultados ao mesmo tempo em que eu conseguia também ter qualidade de vida.
Eu estudei, li, fiz cursos com os maiores especialistas em produtividade no Brasil e claro, todos homens e falando de maneira genérica para homens e mulheres. Ao me dar conta disso, eu notei que as técnicas, o conhecimento e o conteúdo eram realmente relevantes, mas eles não abrangiam a realidade das mulheres. Não era difícil entender, o universo feminino é tão complexo em sua infinidade de papéis e responsabilidades, além das próprias características essencialmente femininas – como o ciclo hormonal/menstrual – por exemplo, que era realmente complicado para um homem falar sobre produtividade exclusivamente para mulheres.
Mesmo assim, nós tivemos um único livro sobre produtividade feminina “Você, dona do seu tempo”” escrito por Christian Barbosa, o guru do tempo, o qual já não está mais em disponível para compras nas grandes livrarias. Pois bem, nesse livro o autor traz o resultado de pesquisas feitas com mulheres e veja só o que as mulheres pensam a respeito do tempo:
- Tempo livre é luxo.
- Elas não têm tempo para cuidar de si mesmas.
- Não estão usando o tempo para trabalhar pela realização dos seus sonhos e objetivos.
- Não estão dedicando tempo adequado para as pessoas que elas amam.
- Gastam o seu tempo em atividades de rotina.
Bem, o resultado dessa pesquisa é sintomático! Se você acredita que tempo livre é luxo, vive para cuidar das tarefas de rotina sem incluir no seu dia atividades de autocuidado ou para avançar em direção à realização dos sonhos, é muito provável que mais dia menos dia a vida deixe de fazer sentido pra você. Afinal, que vida é essa onde você não tempo para viver?!
Boa parte dessa percepção das mulheres sobre o uso do tempo vem das exigências (infundadas, diga-se de passagem) sobre como uma mulher deve agir, ser, se portar como mãe, como esposa, como profissional, filha ou amiga. As exigências e críticas estão aí e qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade consegue notar o quanto são cruéis e injustas com as mulheres que estão sempre em segundo, terceiro ou quarto plano, colocam suas necessidades e desejos sempre em último lugar e ainda se culpam por não conseguir fazer tudo o que “deveriam” pela família, no trabalho, na igreja, nos estudos, com os filhos e o companheiro(a) e por aí vai.
Agora, pense comigo, com esse nível de culpa e autoexigência, quem é que vai pensar em ter um tempo livre para usar consigo mesma? Por isso a maioria das mulheres pensa que tempo livre é luxo, é a velha história do “não é para mim””
E o que eu quero que você entenda, de uma vez por todas, que tempo livre não é luxo. Aliás, vou fazer o papel da #fadasincera aqui: não existe tempo livre, a única coisa que existe é o tempo!
E não importa se você está fazendo escolhas que priorizem os seus sonhos ou atividades de rotina, não importa se você está fazendo atividades de autocuidado ou passando tempo com as pessoas que você ama: um dia tem 24horas para qualquer pessoa na face da Terra, não importa se você tem dinheiro ou não, se você é bem sucedida ou não, se você é solteira ou casada, se você tem filhos ou não, o que diferencia a sua produtividade e o seu potencial de realização são as escolhas que você faz para as 24horas do seu dia.
As suas escolhas sobre o que fazer ou não ao longo das 24h do seu dia vão determinar se você realizar seus sonhos, se você vai criar o tempo de autocuidado ou de estar mais com as pessoas que ama. Mas, uma coisa é preciso deixar claro: o tempo livre, ou o tempo de ócio se você preferir, é absolutamente essencial para que você seja uma mulher produtiva, realizada e realizadora.
E a primeira coisa que precisamos ressignificar aqui é a nossa noção de ócio, de tempo livre. Precisamos ressignificar porque ainda vivemos escravas dessa construção sócio-cultural que nos trazer a ideia do ócio como sinônimo de preguiça e nós vamos entender agora como não tem nada a ver uma coisa com a outra.
Então, pelo bem da sua sanidade mental, emocional e física, como também pelo seu potencial produtivo, vem comigo aqui entender melhor sobre esse tal ócio criativo.
Ócio criativo é sinônimo de preguiça?
O conceito de ócio criativo surgiu bem antes deste artigo, aparecendo pela primeira vez no texto do sociólogo italiano Domênico de Masi em 2000, que trabalha com o momento da sociedade pós-industrial e como os nossos modos de vida são reflexos do período.
Para começarmos a entender o conceito, vamos pensar nas primeiras coisas que vêm na mente quando ouvimos a palavra ócio: preguiça, falta de vontade, muito tempo livre etc. Certo?
Porém, não necessariamente o ócio criativo deve ser relacionado à termos tão negativos, pois também há definições mais modernas que podemos considerar, como: descanso, diversão, férias, lazer, equilíbrio.
“Beleza, mas o que “descanso” ou “lazer” tem a ver com criatividade?” Você deve estar se perguntando.
Bom, em um mundo em que o trabalho excessivo é elogiado, as horas extras na empresa são vistas como esforço e o foco das pessoas é no rendimento em menor tempo, muitas vezes algumas síndromes começam a surgir, como a famigerada Síndrome de Burnout ou mesmo ataques de pânico, ansiedade e depressão, doenças que resultam não apenas no esgotamento da pessoa como na inabilidade de continuar sua vida profissional.
Para evitar essas consequências terríveis e ainda se tornar uma pessoa mais criativa e produtiva, o ócio criativo trabalha com a ideia de equilíbrio do ser humano, juntando a necessidade de momentos de trabalho com momentos de lazer.
Assim, o sociólogo defende que, para a pessoa produzir mais e se sentir mais completa perante a vida, ela deve equilibrar as horas de trabalho com o tempo de aprendizado e de lazer.
Será que o ócio criativo faz diferença na área pessoal?
Houve uma época da minha vida que eu era o próprio “estresse ambulante”. Eu vivia estressada, ansiosa, frustrada, trabalhando feito uma maluca e sem tempo nenhum para fazer o que eu amo e estar com as pessoas que eu amo.
E quando eu não estava no trabalho, eu acreditava que eu precisava dedicar aos cuidados com a casa e até com as necessidades das outras pessoas porque se eu não fizesse isso, o mundo ia acabar (o trabalho ia ruir, a família ia desestruturar, etc, etc, etc).
Ou seja, ainda que eu quisesse, eu não conseguia ter tempo livre, viver esse ócio criativo porque a preocupação e a culpa me impediam de viver isso. Então eu precisei apanhar um pouco da vida para entender que todos os dias nós perdemos um dia de vida, portanto não valia a pena todo o estresse, frustração e ansiedade que eu acumulava no dia-a-dia por não me permitir ter esse tempo de ócio.
Não é difícil perceber: nesse contexto, os velhos conhecidos da mulher moderna vem pra tomar seu lugar e as consequências do estresse, da ansiedade, do cansaço extremo e do trabalho sem limites passam a fazer parte da nossa vida diária, minando nossos relacionamentos afetivos, profissionais, familiares, nossa capacidade produtiva e nosso potencial de realização.
Ao estabelecer um tempo de ócio criativo nós podemos nos desligar um pouco de tantas responsabilidades e obrigações, das temáticas profissionais e criar espaço para respirar, relaxar, esvaziar a mente, nos conectarmos com a tranquilidade, com os bons sentimentos e com a paz mental.
Se faz diferença na vida pessoal? Eu te convido a experimentar e me contar depois como foi!
Qual a importância do ócio criativo para a área profissional?
Não demora muito para eu lembrar de alguns momentos, antigamente, em que passava horas sentada na frente de papéis e do computador sem saber o que fazer, por onde começar ou o que escrever. Tenho certeza que você também se lembra, certo? E que, talvez, tenha passado por isso hoje mesmo.
Acontece que a gente perde horas dos nossos dias e semanas com essa sobrecarga mental, sabendo que há várias coisas a serem feitas e, mesmo assim, que não existirá tempo o suficiente. Assim, é fácil fácil cair nesses momentos de desespero silencioso, sabe? E acabar triplicando a carga de trabalho para tentar compensar.
Dessa maneira, a ideia do ócio criativo é aproveitar o tempo livre para realmente fazer atividades prazerosas, divertidas ou que contribuam para o descanso, desconectando o cérebro do trabalho por alguns momentos.
Quando passamos a aproveitar esse tempo, muitas vezes o corpo corresponde a essa felicidade e, logo logo, você sente mudanças na sua disposição, animação ou mesmo energia física, tudo resultado de ações que equilibram o trabalho com atividades prazerosas.
Como começar a praticar e aproveitar o ócio criativo?
Para aproveitar o ócio criativo, separei algumas dicas práticas que podem te ajudar nessa transição, mas vale lembrar que cada pessoa precisa encontrar o seu jeito para aproveitar melhor o tempo, ok?
Vamos para as dicas:
- Defina pausas na rotina de trabalho
Trabalhar 10 horas seguidas não é sinônimo de produtividade, principalmente quando você se depara com a procrastinação ao entrar naquele grupo de WhatsApp ou em algum vídeo do YouTube. Ficar muito tempo em uma única tarefa e não conseguir completar, também é outro exemplo de como o cérebro pode estar cheio e cansado, precisando daquele “break”.
Para melhorar a sua produtividade e usar o ócio criativo como companheiro, teste uma pausa de 10 minutos a cada hora, aproveitando para levantar da cadeira, fazer alongamentos, tomar um café e espairecer, ajudando corpo e mente. Ou você pode usar a técnica Pomodoro, que é estabelecer um período de 25′ de foco totalmente direcionado e fazer pausas de 5′ a cada intervalo de foco direcionado.
- Respeite seu tempo
A segunda dica tem relação com a primeira. Aqui, você deve respeitar os seus limites e os limites que o seu corpo está quase gritando para você.
Tente, por exemplo, cumprir apenas as horas do seu contrato ao invés de sempre fazer horas extras. Se você não consegue cumprir todas as tarefas nesse horário, estude algumas técnicas de produtividade comprovadas, como a de estabelecer atividade prioritárias e executá-las no seu horário nobre.
Outra opção é conversar com seu chefe ou supervisor sobre essa necessidade de horas a mais, definindo um plano de ação ou mesmo escalando outras pessoas para suprir essa necessidade.
- Separe boas atividades de acordo com o dia
Por fim, para que você aproveite ao máximo o ócio criativo, defina algumas atividades que você gosta de fazer para o final de semana ou para o final do dia. Aqui, pode entrar qualquer coisa que te cause alegria ou que ajude com o seu descanso, vou separar alguns exemplos:
- Passear com o cachorro pelo parque na manhã de domingo;
- Dormir até mais tarde no sábado;
- Sair pra dançar durante a semana;
- Terminar a noite com uma boa leitura;
- Passar a tarde em um café com amigos;
- Fazer uma viagem rápida no final de semana para alguma cidade próxima etc.
- Marcar uma massagem relaxante.
O ideal é você separar essa lista para conseguir programar o seu tempo, recursos e melhorar a organização, garantindo que você não vai “se autosabotar” e acabar usando o final de semana para aquele relatório.
E aí, gostou de saber um pouquinho sobre o ócio criativo? Ficou interessada e quer tentar? Aproveite para compartilhar este texto com os seus contatos e espalhe criatividade e felicidade para todos!
Te vejo no próximo artigo!
Com carinho,
Kelly Coimbra

Kelly Coimbra é Advogada, Empresária, Especialista em Produtividade e Desenvolvimento Pessoal de Mulheres.
Reprogramadora mental e vibracional, é ativista quântica, tendo estudado diretamente com o cientista e Phd em física nuclear, Dr. Amit Goswami, criador do Ativismo Quântico do qual é também multiplicadora.
Idealizadora do Método Nikke de Alinhamento Transformacional – uma proposta de reeducação transformativa e vibracional que potencializa o empoderamento feminino. Possui 4 e-books lançados e já realizou treinamentos e programas de autodesenvolvimento para mais de centenas de mulheres, tendo idealizado o primeiro programa de produtividade exclusivo para mulheres.
Presidente e fundadora das plataformas de educação Advogada de Alta Performance e Feminino Quântico, que utiliza conhecimentos e ferramentas de cura vibracional, transmutação de padrões emocionais e vibracionais negativos para promover resgate da identidade e integridade feminina, despertando nosso poder pessoal e de realização, ambos, é claro, para auxiliar mulheres a se tornarem mulheres mais produtivas, felizes, realizadas e realizadoras.